No Brasil, a criação de uma nova taxa no Rio de Janeiro pode inviabilizar a aportagem de transatlânticos de cruzeiro na Cidade Maravilhosa já próxima temporada 2016/2017.
Isso porque, a pedido da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), a Secretaria Espcial de Portos baixou a Resolução 4.367, que autoriza mais uma nova cobrança adicional de R$ 30,87 por passageiro que embarcar ou desembarcar no Píer Mauá, além de outra, de R$ 22,45, dos cruzeiristas que estiverem em trânsito.
No ano passado, a indústria de cruzeiros pagou em taxas portuárias em todo o Brasil cerca de R$ 160 milhões, ó que é um despropósito considerados os tributos pagos em destinos do resto do mundo.
E como por aqui tudo sempre pode piorar, vale lembrar que a infraestrutura portuária cronicamente deixa a desejar –não permitindo, por exemplo, a aportagem dos novos transatlânticos luxuosos e gigantescos que estão em operação em outras partes do globo.
Com essa nova taxa, algumas das principais empresas de navegação temem pelo afastamento definitivo dos cruzeiros da orla carioca, lembrando que Rio e Santos são, tradicionalmente, os principais portos brasileiros.
Empresas que lideram o setor de cruzeiros marítimos, como a Royal Caribbean International/RCCL, que opera os inovadores transatlânticos da classe Oasis, encerraram as suas atividades no Brasil depois da última temporada neste ano, duramente atingida pela crise econômica.
Para que se tenha uma ideia do declínio desse importante mercado no país, em 2011, 20 embarcações percorreram a costa brasileira de norte a sul; na próxima temporada 2016/2017, em contrapartida, são esperados apenas cinco navios de cruzeiro.
Nesse quadro, empresas tradicionais como a Costa Cruzeiros apostam suas fichas singrando os mares da China, um mercado difcil por conta dos hábitos diferentes dos passageiros, mas que tem crescido exponencialmente.
ENQUANTO ISSO…
Já nos EUA, onde a indústria do turismo cresce norteada por uma eficiente gestão publico-privada representada pelo Brand USA, entidade criada no primeiro governo de Barack Obama, termina nesse domingo (24) a semana que celebra, com não cobrança de taxas de visitação, o centenário do serviço de parques nacionais, ou National Parks Service (NPS), cujo site é http://www.nps.gov/index.htm.
A rigor, o tombamento do primeiro parque nacional do país aconteceu em 1915, transformando em patrimônio natural a floresta californiana de Yosemite.
Mas o National Park Service, no entanto, foi oficialmente criado em 1916.
Em nossos dias, são 408 espaços naturais e históricos administrados pelo NPS, sendo os parques de Yosemite, Yellowstone e as Rocky Mountains alguns dos mais visitados.
Ao lado dos parques nacionais, que são 59, também integram o sistema alguns monumentos nacionais, vias fluviais e recantos naturais norte americanos.
Liderando o movimento preservacionista nos EUA, o aventureiro, ambientalista e escritor John Muir (1838-1914) inspirou o tombamento de Yosemite, em 1915 e a instituição do NPS, em 1916, fatos que se cristalizaram pouco depois da sua morte.
De origem escocesa, Muir era um filósofo biocentrista que acreditava que as pessoas e os animais têm os mesmos direitos e, com seu ideal, inspirou os primeiros ecologistas na direção do preservacionismo.
Grande viajante e um andarilho notável, ele fez inicialmente uma viagem a pé entre os Estados norte-americanos de Indiana e da Flórida, zarpou num veleiro pelo golfo do México e, chegando a Cuba, cruzou o istmo do Panamá e navegou pelas costas da Califórnia até a cidade de San Francisco.
Foi nessa viagem que, em 1869, o pioneiro visitou a floresta de Yosemite, que anos mais tarde viria a se transformar no parque nacional que lançou as bases da conservação da natureza em todo o mundo.
Em 1901, já reconhecido como um herói, Muir publicou “Nossos Parques Nacionais”, série que chamou a atenção de Theodore Roosevelt (1858-1919).
“Teddy” Roosevelt, como era conhecido o político, historiador, naturalista e explorador norte-americano, foi o presidente norte-americano por dois mandatos consecutivos, entre 1901 e 1909.
Bom amigo de John Muir, ele também visitou o parque de Yosemite na companhia deste, ajudando a cristalizar na opinião pública de seu país a convicção de que a natureza era um patrimônio de todos e que, para ser protegida, precisava ser compreendida e visitada pelos cidadãos.