Italianos 1.327.808
Portugueses 883.351
Espanhóis 412.438
Alemães 116.150
Russos 92.413
Austríacos 75.744
Turcos e árabes 39.286
Franceses 23.748
Ingleses 16.395
Suíços 9.086
Suecos 3.780
Japoneses 4.746
Belgas 3.671
outros 205.426
Total 3.214.042 pessoas
Nos 100 anos seguintes aos estudados pelo anuário “Brazil” de J.C Oakenful, ou seja, de 1913 até 2013, é certo que um mundo de novos fatos e de reviravoltas históricas trouxeram ao país significativos contingentes populacionais.
Com o fim do Império Otomano, em 1922, foi a vez de aqui aportarem sírios e libaneses, quase sempre de origem origem cristã. Como tinham passaporte emitidos pelos turco-otomanos e vinham regiões governadas por islâmicos, foram impropriamente chamados de turcos.
Isso explica em parte porque na lista acima, do anuário “Brazil”, de 1913, os chamados “turcos e árabes” sejam apenas 39.286 pessoas.
Hoje se sabe que a chamada imigração árabe, que teve início no final do século 19, é uma das mais importantes e há quem diga, baseado em dados colhidos pelo IBGE, que os brasileiros de origem libanesa e síria somem 6 milhões de pessoas.
Já os mencionados ítalo-brasileiros, cujo fluxo imigratório deve ter sido mais intenso entre 1880 e 1930, devem, segundo números das representações oficiais da Itália no Brasil, devem somar 30 milhões de pessoas –metade vivendo no Estado de São Paulo.
Os números do guia de 1913 obviamente não levam em conta também a Primeira Guerra (1914-1918) e a Segunda Guerra (1939-1945) mundiais, quando mais estrangeiros escolheram morar no Brasil e aqui deitaram generosamenrte as suas raízes.
Pessoas que escaparam das guerras, da intolerância racial e da perseguição étnico-religiosa na Europa, que escaparam do nazi-fascismo, e que vieram construir um país que se orgulha de ser cada vez miscigenado.
O mesmo velho guia norte-americano de 1913, que anota a presença de apenas 4.748 imigrantes japoneses, padece desse problema, já que muitos dos nipo-descendentes, ou “nikkeis” vieram depois disso –estima-se que eles sejam hoje 1,5 milhões de brasileiros.
No caso da imigração japonesa, a vinda é ainda mais poética, pois teve início no dia 18 de junho de 1908, quando o navio Kasato Maru aportou em Santos (SP) trazendo os primeiros 781 japoneses que se transformaram em brasileiros legando ao Brasil uma das mais belas páginas de sua história.
Enfim, somos um pouco de tudo e soubemos, ao longo de nossa história, nos miscigenar com arte, alegria e originalidade. Somos uma mistura de raças e de credos que talvez não se possa encontrar em outro país do mundo.
Mas, atualmente, mergulhados numa crise de valores sem precedentes, não somos nada: perdemos nosso espírito de imigrante, a corrupção está institucionalizada e, descrentes, estamos vendo o Brasil “adminstrado” por uma classe política totalmente sem classe.